sexta-feira, 30 de julho de 2010

Peixes ascendente em gêmeos

Vontade de poetar

Quem sou eu?
Sou murta, sou mirra, sou menta
Sou quente, sou morna, sou tépida
Sou suspiro, sou brisa, sou vento
Sou inquieta, sou estressada, sou lépida
Sou lúdica, sou lírica, sou momento
Sou fácil, sou difícil, sou cética
Sou amarga, sou doce, sou lamento
Sou positiva, sou pessimista, sou cármica
Sou dúvida, sou certeza, sou encimesmamento
Sou segura, sou titubeante, sou dramática
Sou empolgada, sou animada, sou sofrimento
Eu sou quem?
Dentre os extremos, eu sou as duas pontas e o meio
Sou o zero e o cem, mas também sou o cinqüenta
Ninguém é tudo, assim como ninguém é nulidade
Todos são tudo e nada, na intersecção dessa fronteira
E eu sou quem preciso ser no momento
Mas nada impede que, daqui a pouco, eu esteja na outra beira
Sou um ser língua, em constante movimento
Inventando moda, palavras novas, um novo imbrincamento
Peixe literário, meu meio é o papel
Nesse mar nado com certa desenvoltura
Embora, na verdade, sendo dolfim
Vez por outra vou à superfície respirar um pouco de mim.
Sou quem, eu?
Sou assim mesmo, nem muito certa, nem toda errada
Nem muito genial, tampouco estúpida
Eu sou a massa unindo o gênio e o simplório
Sou as pontas, sou o meio
Se você ainda não me entendeu

Diga logo a que veio...

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